quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Atentados na Rússia viram alerta para organização de Jogos do Rio 2016

Ataque a trólebus em Volgogrado ocorreu na segunda-feira
Ataque a trólebus em Volgogrado ocorreu na segunda-feira


A pouco mais de um mês para o início dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, dia 7 de fevereiro, a Rússia vive em estado de alerta por conta de dois atentados a bomba na cidade de Volgogrado, que matou até o momento 34 pessoas e feriu mais 60. O risco de ações terroristas no país mobilizou atletas e dirigentes esportivos esta semana. Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), reforçou o pedido de segurança para o evento e classificou os ataques como deploráveis.
Com os focos em Sochi e na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, ainda estão "imunes" a críticas e riscos com relação à segurança. Não significa, no entanto, que a organização e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) não se atentem à questão.
"Nossa preocupação é a mesma de todos. A violência é um problema mundial e para ser resolvida ou controlada vamos precisar trabalhar muito. A gente precisa saber combater e ao mesmo tempo saber conviver com os riscos", disse ao iG Esporte o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, membro do COI, durante o Prêmio Brasil Olímpico, dia 17 de dezembro. "Obstáculos fazem parte, mas a experiência de todos os eventos que estão acontecendo enriquecerá ainda mais nossas estratégias de segurança", reiterou na mesma ocasião o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
Infelizmente o terrorismo já deixou enormes cicatrizes no esporte olímpico, como a morte de 11 atletas israelenses em Munique-1972 e a explosão de uma bomba durante um evento público em Atlanta, sede da edição de 1996. Para a Rio 2016, além de treinamento e fortalecimento das Forças Armadas a cargo do Governo Federal, o comitê organizador fechou em outubro um acordo com a Interpol.
Embora proteger-se do terrorismo seja uma das prioridades em relação à segurança de uma Olimpíada, a questão mais latente envolvendo o bem-estar público no Brasil tem sido as manifestações populares, que surpreenderam os políticos do país durante a Copa das Confederações de 2013, em junho. A mistura às vezes explosiva entre cidadãos de bem e baderneiros na mesma ação democrática, aliadas à repressão violenta da polícia em muitos casos, fez com que a organização da Copa de 2014 se precavesse mais para o evento, com abertura em 12 de junho. Os gastos excessivos, como os mais de R$ 8 bilhões em estádios, engrossaram a lista de reivindicações dos que foram às ruas para protestar.
Mas no próprio Comitê Organizador Rio 2016 há a preocupação de que, passada a Copa, os protestos se voltem aos Jogos Olímpicos. A cerca de dois anos e meio para a cerimônia de abertura, o evento ainda não teve seu orçamento divulgado - pela terceira vez a entrega do plano financeiro foi adiada. Há também a sombra dos Jogos Pan-Americanos de 2007, também no Rio de Janeiro, com casos de superfaturamento apontados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que acabaram arquivados.
"Ações já estão sendo feitas na área de segurança, mas são coisas secretas, não podemos divulgá-las. Toda a organização está bastante focada nesse ponto, buscando consultorias do exterior e com um trabalho integrado com as polícias. No caso das manifestações, é claro que foi uma surpresa para todos, mas imagino que as ações para combater quem vai promover baderna serão melhoradas", disse Bernard Rajzman.

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